domingo, março 16

Vento novo

Estava enrolada em teias e traças,debaixo da escada,lá no subsolo da casa fechada.
Começava a tomar ares de desgraça.
Manchada do tempo,fenecia a esperar que um dia alguma coisa acontecesse.
Antes que se perdesse completamente,sentiu passar um vento cor-de-rosa.
Toda prosa, espanou a bruma,pintou os lábios e sem vergonha nenhuma caprichou no recorte do decote.
A felicidade volta à praça cheia de dengo e de graça,com perfume novo no cangote.
Flora Figueiredo

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