segunda-feira, março 31

Minha mãe


Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo

Tenho medo da vida, minha mãe.

Canta a doce cantiga que cantavas

Quando eu corria doido ao teu regaço

Com medo dos fantasmas do telhado.

Nina o meu sono cheio de inquietude

Batendo de levinho no meu braço

Que estou com muito medo, minha mãe.

Repousa a luz amiga dos teus olhos

Nos meus olhos sem luz e sem repouso

Dize à dor que me espera eternamente

Para ir embora.

Expulsa a angústia imensa

Do meu ser que não quer e que não pode

Dá-me um beijo na fonte dolorida

Que ela arde de febre, minha mãe.

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