sábado, abril 19

Isabella


"A morte não é tudo.

Não é o final.

Eu apenas passei para a sala seguinte.

Nada aconteceu.

Tudo permanece exatamente como foi.

Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos permanece intocada, imutável.

O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos.

Chame-me pelo antigo apelido familiar.

Fale de mim da maneira que sempre fez.

Não mude o tom.

Não use nenhum ar solene ou de dor.

Ria como sempre fizemos das piadas que desfrutamos juntos.

Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim.

Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em casa, como foi.

Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou sombra.

A vida continua a ter o significado que sempre teve.

Existe uma continuidade absoluta e inquebrável.

O que é esta morte senão um acidente desprezível?

Porque ficarei esquecido se estiver fora do alcance da visão?

Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo, bem próximo, na outra esquina.

Está tudo bem!"

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