sexta-feira, junho 20


Vem.

Adormece encostada a este braço

Mais débil do que o teu.

Entrega-te despida

Nas mãos de um homem solitário

Que a maldição não deixa

Que possa nem sequer lutar por ti.

Vem,

Sem que eu te chame, ou te prometa a vida.

E sente que ninguém,

No descampado deste mundo, tem

A alma mais guardada e protegida


Miguel Torga

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