sábado, agosto 9

Diga que me ama


Diga que me ama e meus cabelos ficam mais brilhantes, eu rebolo mais bonito, rio com os olhos, sinto um formigueiro bom no estômago e uma geléia molinha nas pernas.
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Diga que me ama em silêncio olhando pela janela para o mesmo gato adormecido, sorrindo do mesmo jeito que eu. Diga que me ama e meu sono melhora, meu banho é mais demorado, eu ligo menos para as olheiras e caminho sem tropeçar pela calçada. Diga que me ama sempre um pouquinho, cada dia mais, adivinhando porque minha testa está franzida.
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Diga que me ama muitas vezes, de todas as maneiras. Não me acostumo mal, prometo. Me acostumo sempre bem.


Patrícia Antoniete

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