quarta-feira, junho 17


dá-me uma ave para voar azul
ou uma asa ardente em meus lábios
para retornar à casa esquecida
uma casa feita de silêncio com a luz do espaço
varandas e portas viradas para o sul do sol
e janelas cúmplices rasgadas com a face da lua
ouço na lonjura a alva música
do tear dos céus / comigo cruzam
os umbrais dilacerados
da página
azul
o meu corpo move-se lento / é um enorme navio
desliza sobre grandes toalhas de vento e sal
o Teu nome está escrito por dentro /
escrevo-Te bilhetes na alma dos espelhos


( maria azenha )



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