terça-feira, fevereiro 12


Às vezes penso que se fosse uma magnólia quereria ser um laranjeira,

se fosse um águia quereria ser um cavalo

ou se fosse quadro quereria ser uma fotografia.

Esqueço-me que devo ser o que sou.

Pela evidência de ser o único que tenho e posso ser

e, porque, só quando gostar disso

é que posso tocar a felicidade e passá-la.

Fico a pensar que perdemos demasiado tempo

em querer dar laranjas,

em galopar velozment

eou em ser o flash de um instante supremo.

Quando, na verdade, o que podemos fazer

é chegar a dar muitas e belas flores,

voar cada vez melhor

ou tornarmo-nos até num Rembrandt.

Cada qual deve acabar por pegar na própria vida nos braços e beijá-la.

Arthur Miller

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