quarta-feira, maio 20

Metáforas




Encosto o meu dedo em sua pele, mas ela não afunda. Não é possível. Desabotôo a sua camisa e deito a minha cabeça em seu peito, meu homem de lata. Diante do novo segredo, eu queria chorar, mas posso enferrujá-lo. Então, como viveria em paz sem a sua armadura? Sem nada entender, você se vira e vai embora. E só então eu percebo: a sua armadura é furada, meu amor. Nas centenas de furos sobre a lata, vai aguando todas as plantinhas ao seu redor.


Você é, na verdade, um lindo homem regador.

Rita Apoena

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