domingo, novembro 8

A Força de não ter Força



Depois que te vi, vi que o dia
não era o dia, vi que o ar não
sustinha o ar. Vi que não via.


Para que não te vás, não movo
os lábios; para que não te vás,
não tremo as pálpebras; para


que não te vás, a respiração
é tênue, em quietude as plumas
do sangue a que não amanheça


nem anoiteça. E a água aguarde
regalada, absorta, embebendo-se
na própria boca. As coisas não


decifradas é onde bate mais sol.


Maria Carpi

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