à seis da tarde as mulheres choravam no banheiro.
não choravam por isto ou por aquilo
choravam porque o pranto subia garganta acima
mesmo se os filhos cresciam com boa saúde
se havia comida no fogo
e se o marido lhes dava do bom e do melhor.
Choravam porque no céu além do basculante
o dia se punha
porque uma ânsia uma dor uma gastura
era só o que sobrava dos seus sonhos.
agora às seis da tarde
as mulheres regressam do trabalho
o dia se põe
os filhos crescem
o fogo espera
e elas não podem
não querem chorar
na condução.
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