terça-feira, janeiro 1

Confissão


Dizem que o amor é cego,não nego,por isso te abro os olhos:

não tenho bens nem alqueires,

eu não sou flor que se cheire,

nem tão boa cozinheira,(bem capaz que ainda me piches

por só comer sanduíches),

minha poesia é fuleira,

tenho idéias de jerico,

um cio meio impudico

como as cadelas e as gatas,

às vezes me torno chata

por me opor ao que comtemplo,

sei que sou péssimo exemplo,

por pouca coisa me grilo,

talvez por mim percas quilos,

eu não sei se valho a pena,

iguais a mim, há centenas,

desejo te ser sincera.

Mas no fundo o amor espera

que grudes qual carrapicho:

são tão grandes meu rabicho

e minha paixão por ti,

que não estão no gibi...

Ao te ver, viro pamonha,

sem ação, e sem vergonha

o meu ser inteiro goza.

Por isso, pra encurtar prosa,

do teu corpo, cada poro

eu adoro adoro adoro...



Leila Mícolis

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