quinta-feira, dezembro 27


Tira-me o pão, se quiseres,tira-me o ar, mas não me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,a lança que desfolhas,a água que de súbito brota da tua alegria,a repentina onda de prata que em ti nasce.
Ri-te da noite,do dia, da lua,ri-te das ruas tortas da ilha,ri-te deste grosseiro rapaz que te ama,mas quando abro os olhos e os fecho,quando meus passos vão,quando voltam meus passos,nega-me o pão, o ar,a luz, a primavera,mas nunca o teu riso,porque então morreria.[Neruda]

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