E no caminho havia cores, mas algumas desbotadas. Para essas últimas, um adeus.
Um até logo.
Cores desbotadas carecem de brilho.
Existe apenas o opaco.
Por desbotado, entende-se o silêncio cortante, a frieza nos rostos, a indelicadeza nas palavras e ações.
Até mesmo um amor desbota-se.
Perde a essência, o sentido de outrora.
Mas para tais coisas, a vida nos brinda com novos caminhos.
E numa curva qualquer, um achado: a aquarela de cores.
Tão viva que nos força a agarrá-la.
Tão forte que nos faz pegar o pincel.
E nessa hora, é preciso misturar as cores.
Sem hesitação.
E nesse momento, percebe-se que não há a presença do desbotado.
São apenas luzes.
Que fazem reaparecer as palavras dosadas, as atitudes com respeito, as mãos amorosas que se cruzam.
Alguma esperança.
São os efeitos das cores na alma.
Cores de vida.
Tons diversos: fundamentais.
Júnia Cruz