quinta-feira, agosto 28
Borboletas em Poesia
As Borboletas que chegam
Vem nos presentear
Beijam flores
Acariciam pétalas
Trazem os segredos
De todos os poetas
Que usam suas asas
Para nos visitar
São belas rimas
Coloridas sintonias
São sonetos suaves
De asas liláses
Surge um doce bailado
A música e ela a dançar
Romance melado
Amor pelo ar
Paty Padilha & Bernadette Moscareli
Publicado no Recanto das Letras em 26/08/2008
cód de texto:T1147467
Penélope
mais do que um sonho: comoção!
sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.
e recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.
mas nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor.
David Mourão-Ferreira
Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos mergulhados na água,
entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos mergulhados na água,
entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Adélia Prado
Companheiros
quero
escrever-me de homens
quero
calçar-me de terra
quero ser
a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho
e quando ficar sem mim
não terei escrito
senão por vós
irmãos de um sonho
por vós
que não sereis derrotados
deixo
a paciência dos rios
a idade dos livros
mas não lego
mapa nem bússola
porque andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me
às vezes
viver
hei-de inventar
um verso que vos faça justiça
por ora
basta-me o arco-íris
em que vos sonho
basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos
mas que permaneceis sem preço
companheiros
Mia Couto
A noite
caiu sem manchas e sem culpa.
Os homens largaram as máscaras de bons actores
Findou o espectáculo. Tudo o mais é arrabalde.
No alto, a utópica Lua vela comigo
E sonha coalhar de branco as sombras do mundo.
Um palhaço, a seu lado, sopra no ventre dos búzios.
Noite! Se o espectáculo findou
Deixa-nos também dormir.
Fernando Namora
terça-feira, agosto 26
Me chama, que eu vou
As Máscaras
O teu beijo é tão doce, Arlequim...
O teu sonho é tão manso, Pierrô...
Pudesse eu repartir-me
encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo...
e a Pierrô, minha alma!
Quando tenho Arlequim,
quero Pierrô tristonho,
pois um dá-me prazer,
o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu...outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar
e , em verdade, toda razão do amor
está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente
se Arlequim e Pierrô fossem um ser somente.
Porque a história do amor
só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrô
E um beijo de Arlequim!
Menotti del Picchia
Ela une todas as coisas
Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar ?
Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar
Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está
Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar
Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar
Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor
Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar
Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar
Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar
Jorge Vercilo / Jota Maranhão
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar ?
Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar
Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está
Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar
Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar
Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor
Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar
Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar
Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar
Jorge Vercilo / Jota Maranhão
segunda-feira, agosto 25
"O ENCONTRO"
Sai à noite com a certeza de encontrar meu amor,
Cheguei ao clube e fui direto ao bar,
Onde se escutava uma música que embalava meu ardor,
Você estava linda naquele vestido preto,
No primeiro olhar nossos olhos brilharam,
Cheguei de mansinho e te convidei para dançar,
Nosso corpos tremiam ao som do bolero,
Minha mão mais ousada te afagou o cabelo,
E você acanhada tentou se afastar...
Foi então que perdi por completo o equilíbrio,
E se ouviu no salão um estrondozo ruído,
Caí no chão com as pernas para o ar...
ha ha ha ha
Foi assim que perdi por completo o encanto,
Pela dama de negro que chorava num canto,
Jurei nunca mais sair pra dançar...
ha ha ha
(Graciela da Cunha e Bernadette Moscareli)
22/08/08
Publicado no Recanto das Letras em 25/08/2008
Código do texto: T1145441
A criança que existe em nós
Por mais que se cresça,
Tem um lado, uma parte,
Mesmo que pequena,
Em cada um de nós,
Onde a criança que um dia existiu
E em plena forma ainda habita.
E ela brinca,
brinca,
brinca...
Minha menina me espera
é só abrir a janela que tenho no coração
Que ela salta faceira
Me chama pra brincadeira
Me puxa pela mão
Esqueço a vida lá fora
Essa alegria é a mola
Que me impulsiona a viver
(Paty Padilha e Bernadette Moscareli)
domingo, agosto 24
Quando eu era pequenina e espiava o mundo pelas grades do portão,
via sempre um véinho passando, gritando: Ói algodão!
Um dia, resolvi sair e pegar a fila das crianças.
Fiquei esperando o véinho transformar
açúcar em nuvens, açúcar em mágica, em pedaços de carinho.
Quando ficou pronto, mal podia acreditar!
Peguei o algodão nos dedos e perna-pra-te-catar!
Lá de longe, o véinho gritou:
Ô Ritinha, mas e o dinheeeeeeiro, Ritinha?
Eu virei e respondi:
Não, vô! Num picisa de dinheiro, não!
Só o algodão-doce já tá ótimo!
Só o algodão-doce tá bão!
O véinho deu risada e logo respondeu:
É mesmo, né Ritinha?
Só o algodão-doce já tá ótimo!
Só o algodão-doce tá bão!
RITA APOENA :)
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