Queria escrever-te um poema festo
em uma fina folha de papel vergê
e guardá-lo no pote onde busco mel
para serenar minha boca amarga.
Fadando, fí-lo com letras de nuvens
nas linhas retas de um céu azulíneo.
Guardei-o na leveza frágil do véu
que cobre a face sã da brevidade.
Prendeu-me as teias brancas do instante,
tecidas pelas tuas mãos de fada,
fazendo-me eterno e imortal
como o mel de tua boca suplicante.
[Oswaldo Antônio Begiato]