Diz-me: essa nuvem que se atravessa
no teu rosto, que vento a empurra?
Deonde vem a tristeza que passa por ti,e faz murchar as rosas que os teus
dedos ainda prendem? Mas deixa que
eu te fale; e acordar-te-ei, para que o desejo te vista com o fogo
solto de uma constelação de antigos
crepúsculos. Então, olhar-me-ás
como se nunca nos tivéssemos visto;
e pedir-te-ei que desfolhes a tarde,como um livro, para me ensinares
a ler pelas páginas do teu amor.
Nuno Júdice