ao ouvir as suites inglesas de bach
a humidade dos campos envolve-me
com uma névoa de rios
e uma auréola de margens
esta música puxa-me pelas suas mãos de som
para o ritmo que o poema devia encontrar
no limite dos teus cabelos
e tu contra o portão nesse contraluz que te incendeia
o vermelho da túnica sobre o branco dos muros
roubas ao cravo o seu sorriso profano
plantando nas suas teclas
um desejo que o jardim do teu corpo fará florescer
assim vens até mim
pelos degraus deste ritmo que bach inventou
para descrever não se sabe que dança
movimento de saias com o vento
baloiço vago que se evola
de uma entrega evanescente
num canto de arbusto
até ao silêncio branco com que o amor se fecha
episódio musical
de nuno júdice
Um comentário:
Olá Bernadette, gostei muito do blog,imagens muito bem escolhidas, textos maravilhosos.
Parabéns.
Só quem gosta de escrever emoções é que sabe como é bom!
Abraço Grande
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