A paciência ,
é um gato a engolir a tarde num trago de ócio,
esse casulo suspenso sob a esteira das acácias onde o amarelo amadurece , aguardando, sabe-se lá que carta de destinos, no sono circular das esperas e dos deslumbramentos.
Havia de me pertencer esse saber felino de só pisar a erva no rasto seguro
e
levitante dos instintos e dos pressentimentos.
Havia de cobiçar com tamanha agilidade, o espólio da serenidade que só nos confins dos seus olhares de vidro solar se pode tomar quinhão.
Só com a paciência voltejante dos gatos se podem beber as paisagens incontempláveis,
as que se movem do êxtase da água para os domínios assombrosos do coração.
Paulo Ferreira Borges
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