Eu, tecido preto à seco lavado, evito água do teu pranto para o céu,de quem olha da calçada, não acinzentar.
Varal em alta sacada estendido, daonde pinga minha espessa tinta de sangue posta a quarar.
Passo a ferro quente, por dentro, quando o vento infla, engravida ego. Não quero me apegar à nada desbotado.
De noite a chuva dança como quem não tem par.
Recolhida a roupa, reposta no corpo roto do magro, tamanho encolhida. Ódio gordo, quando tudo não se encaixa.
Ensina-me a costurar sem rasgar tua vida.
Paola Fonseca
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