Não creias em nada seja qual for o livro
Que tenhas lido a pedra
Onde esteja gravado
Não creias em nada seja quem for
Que te tenha dito
Não creias em nada
Ainda que eu próprio o tenha dito
Não creias em nada
A não ser que a tua mente a tua razão
Em vazio desfeita
Tenha dissolvido o sim e o não
Não creias em nada
Sequer no vaso onde se fundem a noite
As estrelas e as águas do mar
Que nada são nada sabem
Porque não há nada
Que se possa segurar.
Casimiro de Brito
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