quinta-feira, janeiro 10




  • Trabalho o poema sobre uma hipótese:

  • o amor que se despeja no copo da vida,

  • até meio, como seo pudéssemos beber de um trago.

  • No fundo,como o vinho turvo,

  • deixa um gosto amargo na boca.

  • Pergunto onde está a transparência do vidro,

  • a pureza de líquido inicial,

  • a energia de quem procura esvaziar a garrafa;

  • e a resposta são estes cacos que nos cortam as mãos,

  • a mesa da alma suja de restos,

  • palavras espalhadas num cansaço de sentidos.

  • Volto, então, à primeira hipótese.

  • O amor.
  • Mas sem o gastar de uma vez,

  • esperando que o tempo encha o copo até cima,

  • para que o possa erguer à luz do teu corpo

  • e veja, através dele, o teu rosto inteiro.

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