quarta-feira, fevereiro 6


“Tão certo quanto o amigo ama o amigo,

Também te amo, vida-enigma-.

Mesmo que em ti tenha exultado ou chorado,

Mesmo que me tenhas dado prazer ou dor.

Eu te amo junto com teus pesares,

E mesmo que me devas destruir,

Desprender-me-ei de teus braços

Como o amigo se desprende do peito amigo.

Com toda força te abraço!

Deixa tuas chamas me inflamarem,

Deixa-me ainda no ardor da luta

Sondar mais fundo teu enigma.

Ser! Pensar milênios!

Fecha-me em teus braços:

Se já não tens felicidade a me dar -

Vamos, ainda tens tua dor.”


Lou A.-Salomé 1880à F. Nietzsche para ser musicado por ele.

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