Só
quando sinto a poesia
dentro do corpo
é que seique não estou morto -
Sob as pálpebras,
no rosto,
entre os dedos,
as palavras,
omo crisálidas adormecidas,
esperam,
trêmulas,
as asas que as desprendam -
as asas que tu lhes trazes! -
Pois é só quando chegas
e me beijas o corpo,
verso a verso,
e o lês como se lê um livro,
que elas se libertam
e eu sei que estou vivo -
E vou
e vôo
em cada palavra
ao encontro de ti
ao encontro de mim
no corpo do poema.
António Simões, "Versos Antigos".
Nenhum comentário:
Postar um comentário