terça-feira, maio 6





quando sinto a poesia

dentro do corpo

é que seique não estou morto -

Sob as pálpebras,

no rosto,

entre os dedos,

as palavras,

omo crisálidas adormecidas,

esperam,

trêmulas,

as asas que as desprendam -

as asas que tu lhes trazes! -

Pois é só quando chegas

e me beijas o corpo,

verso a verso,

e o lês como se lê um livro,

que elas se libertam

e eu sei que estou vivo -

E vou

e vôo

em cada palavra

ao encontro de ti

ao encontro de mim

no corpo do poema.


António Simões, "Versos Antigos".

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