Há certas almas
como as borboletas,cuja fragilidade de asas
não resiste ao mais leve contato,que deixam ficar pedaços
pelos dedos que as tocam.
Em seu vôo de ideal,deslumbram olhos,atraem as vistas:perseguem-nas,alcançam-nas,detem-nas,mas, quase sempre,por saciedade
ou piedade,libertam-nas outra vez.
Elas, porém, não voam como dantes,ficam vazias de si mesmas,cheias de desalento...
Almas e borboletas,não fosse a tentação das cousas rasas;
- o amor de néctar
,- o néctar do amor,e pairaríamos nos cimos
seduzindo do alto,admirando de longe!...
(in Sublimação, 1928)
(in Sublimação, 1928)
Gilka Machado
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