terça-feira, fevereiro 12

Inunda-me


Ah ! Sinto tua fragrância...

Indício orvalhado que exalta-me manhosa....

A mansidão não subsiste a interpérie sentimental,

Que engendra-me tempestuosa à flutuar contigo no infinito azul.

Quando fito teus olhinhos acobreados, que pulsam

Como pérolas translúcidas, sinto-me intimamente agregada a ti,

E do teu riso, que critaliza tanto contentamento.

Teu cheiro abrange-me, encarece meu ser, embriagando-me

A entrenhar-me profunda, no misterioso mar, que banha-nos prateado.

És alga salgada que adere-se docemente em meu oceano,

Que navegas alumiando meu universo.

És maresia em bálsamo, âncora no aconchego da minh’ alma.

A bússola naufragou-se, e a concha fendeu-se entre espumosas ondas.

Meu menino, meu intruso, meu marujo.

Vem me inundar...


~Cris Poesia~

imagem:

RODRÍGUEZ NÚÑEZ

CONTRALUZ

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