Às vezes penso que se fosse uma magnólia quereria ser um laranjeira,
se fosse um águia quereria ser um cavalo
ou se fosse quadro quereria ser uma fotografia.
Esqueço-me que devo ser o que sou.
Pela evidência de ser o único que tenho e posso ser
e, porque, só quando gostar disso
é que posso tocar a felicidade e passá-la.
Fico a pensar que perdemos demasiado tempo
em querer dar laranjas,
em galopar velozment
eou em ser o flash de um instante supremo.
Quando, na verdade, o que podemos fazer
é chegar a dar muitas e belas flores,
voar cada vez melhor
ou tornarmo-nos até num Rembrandt.
Cada qual deve acabar por pegar na própria vida nos braços e beijá-la.
Arthur Miller
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